lançamento do livro “A Criança e Motricidade Fina”

16Setembro
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em lançamento do livro “A Criança e Motricidade Fina”

E para quem não teve a oportunidade de estar presente neste dia aqui fica o vídeo
realizado pela Editora Papa-Letras, do lançamento do livro:

“A Criança e Motricidade Fina”!

Obrigada Papa-Letras

Visão, Desenvolvimento, Atenção e Aprendizagem

26Abril
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em Visão, Desenvolvimento, Atenção e Aprendizagem

Quando pensamos na influência da visão na aprendizagem normalmente referimo-nos ao facto da criança ver bem ou mal, ou seja, à acuidade visual. Se for este o problema pode ser corrigido por um oftalmologista que poderá prescrever óculos.

Mas, na verdade existem outros componentes da visão que por vezes têm um forte impacto na aprendizagem e que são mais difíceis de detectar. São eles o controlo ocular, coordenação olho- mão e a percepção visual.

Quando falamos em coordenação olho- mão e controlo ocular estamos a referir-nos ao controlo dos músculos dos olhos para que estes possam trabalhar em conjunto com as mãos, mas também da estabilização do campo visual quando nos movemos para que seja possível correr a direito, marcar um jogador num campo enquanto corremos ou correr em direcção de uma bola para lhe dar um pontapé. Referimo-nos ainda à perseguição ocular, ou seja, seguir um objecto em movimento, por exemplo para apanhar uma bola que nos foi lançada ou controlar o movimento dos olhos ao longo de uma linha durante a leitura. Controlo ocular refere-se ainda à capacidade para fazer convergência e divergência com os olhos ou seja trabalhar com os olhos em conjunto para por exemplo afasta-los quando olham para o quadro e aproxima-los para olhar para a ponta da caneta que está a escrever.

A percepção visual refere-se ao significado que o nosso cérebro dá à informação que vemos. Fazem parte da percepção visual, para além da percepção de cores e formas, a percepção da figura fundo ou seja a capacidade de ver algo que faz parte de uma imagem maior ou mais confusa (por exemplo encontrar uma peça de um jogo ou destacar uma palavra ou letra num conjunto); a percepção da posição no espaço ou seja perceber o que está virado para cima, baixo ou lados (por exemplo distinguir o “b” do “d”); e a percepção das relações espaciais que nos permitem perceber a orientação dos objectos ou símbolos uns em relação aos outros (por exemplo a orientação dos traçados para reproduzir letras).

Nós precisamos de coordenação olho-mão, controlo ocular e percepção visual para realizarmos a maioria das actividades do dia-a-dia, por exemplo: jogar à bola, fazer um puzzle, cortar com a tesoura, pintar, desenhar, escrever, copiar, atar atacadores, etc, etc. Quando a criança tem dificuldades relacionadas com qualquer um destes aspectos da visão pode apresentar desmotivação, atraso ou recusa das actividades atrás referidas e pode necessitar de ser ajudada.

Os terapeutas ocupacionais podem avaliar onde estão as dificuldades e desenvolver programas de intervenção em conjunto com a família e o jardim-de-infância ou escola.

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Segurar bem a caneta e ter uma “Letra” bonita

11Abril
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em Segurar bem a caneta e ter uma “Letra” bonita

A preensão da caneta e especialmente a grafo motricidade ou caligrafia, é uma competência mais complexa do que muitas vezes se pensa. A capacidade da criança para imitar traços, passar por cima de linhas e tracejados e pintar dentro de contornos, são as bases nas quais vão assentar o desenvolvimento das competências para escrever letras e palavras.

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É necessário que a criança tenha estas capacidades para que possa concentrar-se no conteúdo do que escreve e ouve, em vez de se esforçar para agarrar a caneta e coordenar os movimentos da mão.

A grafo motricidade ou caligrafia está fortemente influenciada pelo desenvolvimento de competências sensório motoras, de percepção visual e cognitivas, sendo a preensão da caneta muito importante para o controlo da caneta e dos movimentos da mão durante a escrita.
A maneira mais eficiente de segurar a caneta é a preensão tripoide dinâmica, em que se segura a caneta entre o polegar e o indicador, repousando sobre o dedo médio e com o 5º dedo apoiado sobre a mesa.

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Existem muitos motivos para que a criança segure a caneta de maneira diferente, uma delas tem a ver com o facto de começarem a usar lápis antes de a mão ter a capacidade para agarrar correctamente, mas também de alterações ao nível do controlo postural e da capacidade de estabilizar as articulações proximais para que as extremidades funcionem correctamente ou da capacidade para usar a mão com funções diferenciadas de movimento e suporte. No entanto, é importante que se modifique a preensão tão cedo quanto possível, uma vez que muitas crianças desenvolvem maus hábitos antes de entrar para a escola e que depois são difíceis de mudar.

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As adaptações para a preensão são muito úteis para ensinar às crianças a forma correta de pegar nas canetas e lápis. Existem vários modelos que são usados de acordo com a maneira como a criança está a realizar a preensão. Nas crianças que já estão em idade escolar, devem experimentar e fazer parte da selecção da adaptação e devem perceber em que é que esta as vai ajudar.
Se a dificuldade na preensão for acompanhada por dificuldades na motricidade fina e na grafo motricidade (letra feia ou ilegível) ou Disgrafia, pode ser necessário uma avaliação por um Terapeuta Ocupacional que poderá identificar as causas e delinear um plano de intervenção.

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Cira de Luque

O que é a Disfunção de Integração Sensorial?

22Março
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em O que é a Disfunção de Integração Sensorial?

Imagine que tem dificuldade em tolerar os sons, o toque, mexer em certas texturas, balançar, superfícies instáveis ou movimentos inesperados, texturas ou sabores na boca. Depois imagine que tem de estar num Jardim-de-Infância e tem de lidar com tudo isto várias vezes ao dia, todos os dias. Ou então, imagine que não consegue controlar a necessidade de mexer em tudo, de experimentar todo o tipo de movimentos e tem de estar sentado direito na sala de aula quieto e ainda prestar atenção.

Muitas crianças experimentam estas e outras dificuldades que lhe comprometem a sua capacidade para se envolverem nas ocupações do dia-a-dia.

Estas dificuldades podem estar relacionadas com a capacidade do cérebro processar a informação que recebe dos sistemas sensoriais ou sentidos.

Quando o cérebro apresenta dificuldade em processar a informação sensorial surge a Disfunção de Integração Sensorial. Estão actualmente identificados vários sub tipos de disfunção. Estes podem ser divididos em 6 grupos sendo que a maioria das crianças apresenta uma combinação destes subtipos.

Procura sensorial – Estas crianças apresentam um comportamento com uma necessidade excessiva de estímulos sensoriais. Estão constantemente a tocar, saltar ou esbarrar, fazer barulhos ou a levar tudo à boca e parecem não entender onde acaba o seu espaço pessoal e começa o do outro.

Hiper responsividade sensorial – Estas crianças sentem a sensação mais facilmente ou mais intensamente. Podem reagir mal ou evitar as sensações a que são hipersensíveis. Por ex.: Ao serem tocadas inesperadamente ou perante um som ou movimento mais intenso querem minimizar a sensação; recusam as situações onde podem ser tocadas, recusam tocar em certas texturas, colocam as mãos nos ouvidos perante o ruído,  recusam usar baloiços e superfícies instáveis, etc.

Hiporesponsividade sensorial – Estas crianças parecem desligadas, com dificuldade em se envolverem e/ou viradas para si mesmas porque não detectam os estímulos sensoriais no meio. Podem ser sedentárias, lentas e desorganizadas a realizar as suas tarefas. Ex. A hiporesponsividade ao toque e à pressão pode estar de base ao pobre consciência corporal e à baixa resposta à dor.

Desordens de controlo postural – Estas crianças têm dificuldade em estabilizar o corpo durante o movimento e podem ter um tónus muscular baixo, fraqueza muscular, pobre resistência, dificuldade em manter a postura quando estão sentadas ou em pé. Assumem posturas assimétricas, têm dificuldade em usar ambas as mãos ao mesmo tempo ou no cruzamento da linha média do corpo com uma das mãos.

Dispraxia/problemas de planeamento Motor – Podem ter dificuldade em planear a sequência de acções ou na execução de novas actividades motoras devido ao processamento da informação sensorial. Têm dificuldade em organizar as tarefas e o brincar, têm poucas ideias do que podem fazer ou brincar, têm dificuldade para aprender a vestir-se e despir-se e comer (podem ser trapalhonas, sujarem-se, não usarem adequadamente os talheres). Parecem descoordenadas e desajeitadas.

Desordens de discriminação sensorial – Estas crianças têm dificuldade em interpretar a informação sensorial de forma eficaz. Elas sentem o estímulo mas não percebem adequadamente o que viram, ouviram, sentiram, provaram ou cheiraram. Existe uma falha na capacidade para dar um significado correcto às qualidades específicas dos estímulos (ex. descriminar “botão” da “moeda” com o tacto; o “b” do “d” visualmente, o som “mola” de “bola”)

A criança pode pertencer a um sub grupo num sistema sensorial e a outro sub grupo noutro sistema. Por ex. pode     ser hipersensível ao som, ter problemas de planeamento e práxis e ser pouco sensível ao toque e à dor.

Quando a criança apresenta alguma destas dificuldades é conveniente fazer uma avaliação de Integração Sensorial, com uma terapeuta ocupacional com formação especializada na área.

Através da avaliação pretende-se determinar se a Integração Sensorial é um factor problemático no desenvolvimento da criança e se assim for que estratégias de intervenção irão ser mais eficientes para ajudar a criança e a família.

Paula Serrano

Terapeuta Ocupacional

O que é a Integração Sensorial?

15Março
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em O que é a Integração Sensorial?

Quando a criança toca, ouve, saboreia, vê, cheira ou se movimenta, ela discrimina, relaciona e dá um significado às diversas sensações atribuindo-lhes uma experiência afectiva. Com esta informação relacionada organiza uma resposta o mais adequada possível.

A Integração Sensorial é a organização dos diferentes estímulos sensoriais para que assim consigamos criar significado e a partir dai nos possamos envolver em interacções com o meio que nos rodeia.



A Integração Sensorial foi originalmente estudada pela Drª Jean Ayres, que era Terapeuta Ocupacional e Psicóloga Educacional. Ela desenvolveu um modelo teórico, um conjunto de testes estandardizados e uma abordagem clínica para a identificação e tratamento dos problemas de Integração Sensorial nas crianças.

A integração Sensorial é uma área de especialidade da Terapia Ocupacional que se baseia em mais de 40 anos de investigação e permite-nos compreender o desenvolvimento da criança colocando o foco no processamento sensorial particularmente nos sentidos que nos dão informação sobre o próprio corpo: vestibular (sentido do movimento), táctil, e proprioceptivo (sensação da posição e movimentos dos segmentos corporais).

Do ponto de vista de Integração Sensorial estes sentidos são particularmente importantes porque são primitivos e os primeiros a desenvolverem-se, e dominam a interacção da criança com o mundo em fases precoces do desenvolvimento. Os sentidos que nos trazem informação do mundo, a visão, audição tornam-se gradualmente mais dominantes à medida que a criança vai amadurecendo.

Quando falamos em integração sensorial estamos a referir-nos :

À maneira como o cérebro organiza as sensações para se envolver nas ocupações

Uma teoria baseada nas neuro-ciências que nos dá uma perspectiva para entendermos a dimensão sensorial no comportamento humano

Um modelo para entendermos a forma como a sensação afecta o desenvolvimento

Avaliações incluindo testes estandardizados, observações sistemáticas, entrevistas aos pais e professores que identificam padrões de disfunção de integração sensorial.



Estratégias de intervenção para melhorar o processamento da informação, práxis e o envolvimento nas ocupações diárias para indivíduos, populações ou organizações.

A Integração Sensorial ocorre através de um processo que pode ser resumido da seguinte forma:



Registo sensorial: Quando tomamos a consciência da sensação (sinto algo!).


Orientação e Atenção: Quando prestamos atenção selectiva ao estímulo e nos orientamos para ele (o que é isto? E orientamo-nos para o que sentimos. Onde está?).


Interpretação: Quando atribuímos significado e interpretamos as sensações à luz das nossas experiências prévias e da aprendizagem. É também a este nível que é associada uma emoção à sensação (ameaça, desafio ou prazer). Quando identificamos o que nos toca, o que ouvimos, vemos ou o tipo de movimento que fazemos, verificamos se é perigoso ou relaxante, etc.


Organização da resposta: Depois de discriminarmos os estímulos temos de os relacionar e organizar para decidir qual é a resposta mais adequada. Decidimos assim, uma resposta cognitiva, afectiva ou motora. Ou seja, o que fazer e como fazer.
Ex: se sentimos uma aranha pela perna decidimos tira-la imediatamente, se fomos sujeitos a um movimento muito brusco e perdemos o equilíbrio podemos agarrar-nos ou ter uma reacção de equilíbrio, se vamos a atravessar a rua e ouvimos uma sirene recuamos ou apressamo-nos dependendo do local onde estamos, etc.



Execução de uma resposta: É o passo final que consiste na execução da resposta previamente elaborada.


Apenas o ultimo passo da Integração sensorial é directamente observável ou seja só podemos ver a resposta, mas sabemos que previamente foi necessário fazer o registo, orientação, interpretação e organização de toda a informação para que esta seja apropriada e adaptada à situação que se apresenta.





Paula Serrano – Terapeuta Ocupacional

Mas … e o que é BRINCAR?

21Fevereiro
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em Mas … e o que é BRINCAR?

Muitos autores estudaram o brincar e falam sobre o seu potencial para desenvolver a imaginação, a criatividade, a organização do pensamento, competências motoras e sensoriais, a atenção, a linguagem, aprendizagem de conceitos, a capacidade para ultrapassar medos e conflitos emocionais, etc.

Então como é que podemos definir o BRINCAR? E o que é que o distingue de JOGAR, TRABALHAR ou outros comportamentos?

São 6 os factores que definem as características do Brincar:

1. Motivação intrínseca: a criança quando brinca está intrinsecamente motivada e não se baseia em normas sociais, espectativas dos outros ou recompensas externas. Quando BRINCA a actividade é feita porque quer e porque lhe dá prazer.






2. O BRINCAR está focado nos meios e não no produto final: a criança quando BRINCA auto define os seus objectivos que pode ir alterando à medida que BRINCA. Por isso Brincar é espontâneo. O facto de estar focada nos meios e não no produto final diferencia o BRINCAR da realização de trabalhos.

 



3. Ao BRINCAR a criança esta centrada nela própria em vez de estar nos objectos: isto diferencia os comportamentos exploratórios do BRINCAR. O comportamento exploratório centra-se num objecto pouco conhecido e é Guiado pela necessidade de obter informação sobre ele:” O que é que este objecto faz?”. No BRINCAR o comportamento é centrado no próprio e é guiado pela questão: ”O que é que eu posso fazer com este objecto?”.


4. O BRINCAR não é limitado pelos objectos: O BRINCAR não se limita à actividade qual a qual se assemelha. Por exemplo a criança não está só a cozinhar, mas está a brincar aos restaurantes. Os objectos são tratados como se fossem outra coisa há uma qualidade de faz de conta no BRINCAR que os distingue de outros comportamentos.




5. O BRINCAR é livre das regras impostas externamente: isto diferencia o BRINCAR de fazer jogos e a flexibilidade é a característica principal.

6. Ao BRINCAR a criança envolve-se activamente: BRINCAR é diferente de estados passivos ou de fazer actividades com aborrecimento e pode incluir BRINCAR com as ideias ou com as palavras (por exemplo quando as crianças inventam uma língua nova)



Sabemos que o brincar tem um poder mágico para abrir o potencial da criança, especialmente quando está limitada pela doença ou qualquer outro problema.

Observemos as nossas crianças que sabemos com um horário tão ocupado de actividades e tentemos perceber: Será que brincam? Terão oportunidade para deixar que o potencial Mágico do BRINCAR possa abrir todo o seu potencial?

Reportagem DigitalmaisTV

3Dezembro
por em Miudos & etc. | Comentários fechados em Reportagem DigitalmaisTV

Link para site original:

http://www.digitalmaistv.com/videos/2055.html

Conheça o “Miúdos & Etc.”, um centro de intervenção terapêutica dedicado exclusivamente aos mais pequenos. Fundado por Paula Serrano e Cristina Pimenta, este é o primeiro espaço de carácter privado, a surgir na cidade de Faro, com salas de integração sensorial.


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